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Era uma vez um Koala, conhecido por K, que vivia pacatamente numa pequena floresta, habitada maioritariamente pela sua comunidade, A Sociedade dos Koalas.
K, mantinha um perfil sóbrio e carismático no seio da sua sociedade, sendo conhecido por todos, amado por muitos.
Porém, um dia, deu-se uma descoberta que veio a abalar o mundo deste Koala, e tudo o que o rodeava. Foi encontrado na orla da floresta um Koala Albino!
Movido pela intriga, K decide travar conhecimento com o forasteiro e rapidamente tornam-se amigos, conhecem-se aprofundadamente e concluem que ambos partilham um sonho. Liderar um dia um povo e levá-lo a bom porto, à sua maneira. Foi assim que desejos de poder começaram a movê-los, até desembocarem numa conspiração pelo domínio da floresta, determinado pelo semblante por eles ostentado, qual mármore esculpido de sede de poder e influência. E assim começou a conquista!
Planos maquiavélicos arquitectavam-se nas mentes dos pequenos Koalas, e aos poucos alargaram o seu ciclo de influências, tal como retrata um episódio caricato, passado numa das copas mais altas da floresta, que se assemelhava a um escritório resguardado. Lá, K, tentou garantir a sua passagem para o último nível da Sociedade dos Koalas ( que estruturalmente era similar às castas que tipificam a sociedade indiana), ao abordar a Koala-Chefe, tentando chegar ao topo pela via mais façil, tendo tentado seduzir a Chefe com uma canção de José Cid ( Como o macaco gosta de banana ), mas adulterada ao seu estilo, que ecoou pela floresta, qual sussuro sibilante trazido pelo vento: “ Como o Koala gosta de trepar às árvores, eu trepo em tiiiii!”.
Escusado será dizer que embora a Chefe se tenha sentido aliciada, não anuiu de imediato a tal “trepadela”, tendo sido convencida posteriormente, em géneros.
E assim, iniciou-se a conspiração, e pouco a pouco, uma corrente de difamação e intriga incendiou-se pela floresta, tendo por ignição o desejo de poder de K e Albino (como era vulgarmente tratado), famílias e amizades foram rompidas, o caos instaurou-se, e a coligação elevou-se!
Mas o estado de permanente cegueira, consequência da sede pelo poder, permitiu a que alguns se apercebessem do que estava a acontecer, e não falo do sonambulismo de Albino, que entre roncos, murmurava ininterruptamente: “ A mim não trepas, P*t* !?”. Falo dos rastos deixados por ambos quando sabotavam a sociedade que pretendiam dominar, que ligados os elos, tudo apontava para as palavras de K e Albino.
Graças a esta dedução, o Koala descobriu que quanto maior é o salto, maior é o tombo, e aos poucos foi sendo marginalizado, até encontrar o seu próprio ostracismo, prisão que foi construída por si e pelos seus actos.
E assim, sozinho, K passou os seus últimos dias a lamentar-se do seu fado, lembrando-se, ad aeternum, dos grilhões que ele próprio colocou.
Albino, astuto, mudou de floresta a fim de saciar a sua sede, porém o seu destino nunca mais foi conhecido...

Voz do Povo : " Quem tudo quer, tudo perde "